sexta-feira, 2 de setembro de 2022

A cultura junina resiste

 

Uma das manifestações populares mais vivenciadas no Nordeste é  quadrilha Junina, não há cidade ou escola que, mesmo de forma tímida, não vivencie e no São João tenha nessa festa uma quadrilha, cidades que tenham pelo menos um festival desses grupos costumam ter dezenas de brincantes e arraiás nos bairros no mês de junho sendo a exaltação viva de uma arte cultivada principalmente ao som das canções gonzagueanas. O sertão do Araripe, terra de natal de Gonzaga é sem dúvida um dos lugares onde todas as cidades trazem esses encontros de juninas há décadas, mesmo com a modernidade dos tempos isso não acabou, pelo contrário, só cresce, hoje trazemos a história de alguém que já começou nesse universo na década de 90 e tornou-se na cidade de Ouricuri-PE, um dos mestres de maior importância no que diz respeito a cultura junina.

Lego Souza, nome artístico de José Nilson Rodrigues de Souza é um exemplo de vida dedicada a cultura Junina, ele começou lá no final dos anos 90 quando suas irmãs mais velhas e sua mãe eram extremamente envolvidas em quadrilhas na época do São João, ele que antes era brincante, já em 2003 comandava seus próprios grupos, turmas de crianças e jovens faziam parte dos seus trabalhos. Com as quadrilhas juninas Flor da Terra e Cheiro de Menina ele participa ininterruptamente das festas Juninas por 20 anos, comandando anualmente cerca de 60 crianças e jovens, ele esteve presente em eventos juninos nas cidades de Araripina, Bodocó, Ipubi, Trindade e Petrolina, além de Ouricuri, sempre sendo um defensor da quadrilha tradicional.

Lego faz um trabalho cultural e social cheio de grandeza, um dos mais representativos mestres da arte junina na região, ele não é um guerreiro qualquer, ele é a certeza que enquanto estiver vivo, no ano seguinte haverá pelo menos uma quadrilha junina na região e ele estará no seu comando.

 

(Foto: Hércules Félix)

 

 


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