terça-feira, 30 de agosto de 2022

História viva de cultura no Sertão


                 A matéria que nosso blog traz hoje é sem dúvida uma das mais especiais, ela fala do rei do baião Luiz Gonzaga mas sem ter no holofote   o ídolo nacional que foi o responsável por popularizar um ritmo e é ainda hoje figura maior da cultura nordestina, Luiz Gonzaga hoje é visto sob o recorte da memória de Francisco José da Silva, pajeuzeiro que vive desde a década de 70 em Ouricuri-PE, lugar onde ficou conhecido como Chiquinho da Erafram ou carinhosamente por Luiz Gonzaga como Chicô.

            Chiquinho quando morava em sua terra natal Tabira, ainda jovem aprendeu a tocar sanfona sozinho em um fole de 8 baixos, chegou a possuir algumas sanfonas menores até chegar em um acordeom de 80 baixos comprado pelo pai para que ele pudesse desenvolver mais seu dom, em pouco tempo, o jovem estava tocando e animando forrós na região do Pajeú, porém, precisou começar a trabalhar em outras áreas e tornou-se funcionário público tendo que ir morar em outras cidades de Pernambuco até chegar no início dos anos 70 em Ouricuri, nessa época ele já não tinha mais como se dedicar ao instrumento que tanto gostava.

Foi em Ouricuri que Chiquinho pouco tempo depois fundou um loja de discos chamada Erafran, apaixonado pela música, lá ele vendia discos e ao longo dos anos foi expandindo para comerciarão de rádios, radiolas e componentes eletrônicos, isso tudo enquanto seguia como funcionário público trabalhando em todas as cidades e povoados da região do Araripe, em um desses momentos trabalhando na cidade de Exu, mais precisamente na localidade chamada Araripe ele conheceu Seu Januário, pai de Luiz Gonzaga, pessoa com quem logo fez uma grande amizade e também com toda a família nos últimos anos da década de 70.  

Não demorou muito até que Chiquinho conhecesse também Luiz Gonzaga que logo de início já lhe pôs o apelido de Chicô, com o rei do baião nasceu uma amizade sincera que durou até os últimos dias da partida do grande artista. Chiquinho era tão querido pelo rei que dezenas de vezes ele ia pessoalmente busca-lo em Ouricuri e pedia ao supervisor do seu trabalho que o dispensasse por uns dias (E quem recusaria um pedido do rei?), assim, ele ia para Exu e ficava por dias participando de diversas programações com Luiz Gonzaga, foi em uma dessa idas que o rei lhe deu de presente uma sanfona, relíquia que Chiquinho guarda até hoje com muito carinho e que constantemente usa para praticar seus dotes musicais que desenvolveu lá na infância, ainda em uma demonstração de carinho, Luiz Gonzaga lançou em 1983 a canção “Forró de Ouricuri”, homenagem a cidade e ao seu amigo Chiquinho.

Nas suas muitas idas até Ouricuri Luiz Gonzaga aproveitava e visitava a Erafran discos de Chiquinho que a essa altura além de vender discos tinha também um mini estúdio de gravação de propagandas e um carro de som que serviu para muitos shows de Luiz na região, no estúdio, o rei gravou alguns comerciais.

Chiquinho da Erafran vive hoje em Ouricuri e além de tocar sua sanfona como hobby ele dedica suas horas a fazer artesanatos, contemplar sua família e lembrar com saudade do seu grande amigo Luiz Gonzaga, o rei do Baião.

 

domingo, 28 de agosto de 2022

Shows e feiras fazem parte de projeto cultural


 

A quarta-feira vai ser de muito forró na praça Frei Damião em Ouricuri, tem início o Projeto “Concerto Para o Gonzagão”, um festival de cultura que acontecerá entre os meses de agosto e outubro e promete movimentar a cena cultural da região.

A ideia principal do Projeto é celebrar a memória do rei do baião movimentando a cultura e a economia das famílias rurais, em cada mês o evento receberá diferentes expressões artísticas além de feiras. Para esse dia 31 de agosto o Grupo cultural Aricuri trará uma apresentação sobre a cultura e religiosidade das músicas de Luiz Gonzaga em formato de teatro e dança, após essa parte, a poesia chega representada por Ramírio Nunes e Neudo Oliveira, os apresentadores Juarez Nunes e Jane do Caatinga também devem apresentar alguns versos nessa noite.

A parte mais aguardada, contudo, é musical, o jovem Raul do Acordeom abre o show para o grande Tacyo Carvalho, experiente artista e filho natural da cidade, ele promete apresentar seus sucessos e canções do rei do baião, encerrando a noite, a cantora Ana Paula Nogueira trará seu belo trabalho para o evento.

O produtor cultural Júnior Baladeira é o coordenador desse belíssimo projeto em uma parceria com a ONG Caatinga que é sempre um braço forte para a cultura da região, durante todo o evento haverá a feira cultural com artesanatos, pinturas, gastronomia e literatura que se unem aos produtos das famílias da região na Feira Agroecológica, sem dúvida, uma programação da melhor qualidade e que acontece graças aos recursos do Funcultura com patrocínio do Governo do estado e da Fundarpe. O evento contará também com intérpretes de libras. 

O Sertão das mãos do Artesão Chiquinho

  No Sertão do Araripe Pernambucano destacamos hoje a sensibilidade do trabalho do artesão Francisco José, o Chiquinho da Erafran, senhor ba...